Fintech as a service: modelo de negócio ajuda a democratizar acesso a serviços financeiros

Uma das principais vantagens da contratação é não precisar desenvolver um sistema próprio, agilizando o lançamento de soluções digitais

O mercado de fintechs segue em alta: no primeiro semestre de 2022, as startups financeiras receberam 46,3% do valor total investido no ecossistema de inovação brasileiro, segundo o Fintech Report 2022, divulgado pelo Distrito. Dentro do setor, um modelo de negócio tem se destacado: empresas que oferecem tecnologia Fintech as a Service (FaaS), com produtos e serviços customizáveis.

Um dos benefícios gerados pelo modelo é a facilitação do acesso a produtos e serviços financeiros ainda restritos. Léo Jianoti, sócio da venture capital especializada em fintechs Honey Island Capital, avalia que essa é uma área que deve crescer nos próximos meses. “Tivemos um boom das fintechs nos últimos anos e, agora, esse mercado está se aprimorando, desenvolvendo novos  serviços e reinventando as formas de oferecer serviços tradicionais para os mais diferentes públicos”, explica.

Esse é o caso da Saks, savetech com mais de 15 mil clientes em todo o Brasil. Focada no mercado de previdência privada, a startup quer massificar o conceito de long term savings, que são investimentos de longo prazo, e democratizar o acesso à previdência privada. O CEO da empresa, Luiz Bacellar, explica que, no Brasil, o conceito de previdência privada é oferecido principalmente por meio de seguradoras e bancos e o modelo de fintech as a service pode ajudar a distribuir melhor esse produto.

“Atualmente, os bancos concentram 92% desse mercado e oferecem um modelo específico de previdência privada. Porém, em um modelo de fintech as a service é possível oferecer um produto que permite destinar uma parte dos recursos para previdência independente de onde a pessoa guarda dinheiro, seja em benefícios da empresa em que ela trabalha, seja em uma plataforma de cashback ou em um banco digital, por exemplo, é o que estamos chamando de saving as a service”, conta Luiz.

Mais agilidade para o lançamento de soluções digitais

O modelo também foi o escolhido pela Trinus, a primeira landtech do Brasil, para unir soluções para o mercado financeiro (fintech), imobiliário (proptech) e legal (lawtech). A empresa tem como principais clientes investidores, empreendedores imobiliários regionais, Sociedade de Propósito Específico (SPEs), corretores e compradores finais de imóvel. Segundo Diego Siqueira, sócio-fundador da companhia, faltava algo que unisse todos eles. “O nosso sonho sempre foi ter um banco digital para interligar todo esse ecossistema. Entendemos que a licença de Sociedade de Crédito Direto (SCD) seria o instrumento ideal, porque com ela nós conseguiríamos criar a conta digital e ao mesmo tempo emitir crédito”, conta.

Uma das primeiras barreiras que Diego encontrou foram os valores de investimento. “A gente rodou muito esse mercado, conversamos com todos e tivemos um desafio de entrada que foi o custo. Os mais tradicionais são milhões de reais e naquele momento não tínhamos toda essa disponibilidade de capital”, explica. Esse foi um dos fatores decisivos na escolha pela tecnologia da CashWay, techfin com soluções end-to-end focadas em atender demandas de Instituições Financeiras e de Pagamentos. A facilidade na aquisição da tecnologia está alinhada com o propósito da empresa. Segundo o CEO Felipe Santiago, a missão da techfin é democratizar os serviços financeiros. “Queremos dar voz a essas empresas para aumentar a inclusão e a competitividade, diminuir as tarifas e melhorar todo o ecossistema”.

Tecnologia acessível

A CashWay nasceu da fusão entre a Leosoft e a Biti, com mais de 20 anos de serviços consolidados e se transformou em uma startup, buscando escalabilidade tanto para o negócio, quanto para os clientes atendidos. Hoje, a empresa oferece uma plataforma completa de gerenciamento bancário, com módulos focados na gestão interna da instituição, como contabilidade, financeiro e rotinas operacionais. A tecnologia também conta com serviços para os canais de comunicação com o cliente, com aplicativo mobile e internet banking com diversas funcionalidades.

Além das soluções de Banking White Label, Core Banking e Open Banking, uma das principais vantagens da contratação é não precisar desenvolver um sistema próprio, agilizando o lançamento de soluções digitais em relação às instituições financeiras tradicionais. “A implementação do sistema pode ser feita em poucos dias e uma das principais vantagens está no modelo de contratação por meio de franquia de serviços: solução para que as empresas tenham à disposição todos os módulos de um sistema, sem a necessidade de grandes investimentos”, explica Felipe Santiago.

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