Qual é a diferença entre incubação e aceleração?

No setor de empreendedorismo inovador existem diferentes modelos de apoio a novos negócios. Quem está chegando nesse universo agora pode ficar perdido sobre o papel de uma pré-incubadora, incubadora e aceleradora. 

Para te explicar a diferença entre esses três conceitos e qual se encaixa no caso do Programa Centelha, conversamos com o consultor de negócios da Fundação CERTI, Carlos Bizzotto. Além de uma breve retomada histórica para entender como surgiram, trataremos também sobre as suas definições.

Afinal, se perguntássemos agora, você saberia responder se o seu negócio precisa de uma pré-incubação, incubação ou aceleração? Se a resposta é não, continue lendo esse texto!


O surgimento das incubadoras

No final dos anos 80, as mudanças no mercado evidenciaram a necessidade de tornar as empresas brasileiras mais competitivas, com estímulo ao investimento em inovações e tecnologia. De acordo com Bizzotto, “na década de 90, as incubadoras surgiram para transformar tecnologias que estavam retidas nas universidades em negócios”, oferecendo espaços físicos para que pesquisadores pudessem comercializar os produtos.

Ao perceberem que o espaço físico não era suficiente, as incubadoras passaram a operar junto com o SEBRAE oferecendo serviços para o desenvolvimento de negócios. “Nos anos 2000, começaram a surgir novos ambientes como aceleradoras e espaços de coworking. Por isso, as incubadoras precisaram reajustar seus objetivos”, conta Bizzotto.

Segundo o especialista, foi a partir desse momento que as incubadoras passaram a trabalhar com o networking, ou seja, o desenvolvimento de redes de contato para os negócios incubados. Com essa mudança, esse modelo de apoio passou a ser definido como um instrumento de política pública, oferecendo serviços e a possibilidade dos negócios conseguirem os primeiros clientes. 

“É essencial lembrar que a incubadora atua com empreendimentos que têm o potencial de inovação e que geram resultado para a comunidade como um todo”, conta. Bizzotto ainda explica que esse serviço é feito por meio de um processo de monitoramento contínuo do empreendimento.


E as aceleradoras?

“Em resumo”, explica, “as aceleradoras colocam dinheiro ou abrem a porta para investimentos”. Diferente das incubadoras, que buscam viabilizar o surgimento de um negócio inovador, as aceleradoras são mais restritas e investem apenas em negócios com potencial de escalar no mercado.

O papel principal desse modelo de apoio é investir em um desenvolvimento e crescimento rápido das empresas. “Só que para isso as aceleradoras trabalham com um processo em que o negócio tem que provar que vai dar certo”, esclarece o especialista.

Segundo Bizzotto, as aceleradoras investem (e exigem!) mais, se tornando ou não sócia da empresa acelerada. “A principal diferença entre a aceleradora e a incubadora é que a primeira investe em negócios com potencial de retorno financeiro”, explica.


Onde o Programa Centelha se encaixa?

Para entender o que o Programa Centelha oferece, precisaremos explicar um outro modelo de apoio: a pré-incubadora. Quando as incubadoras surgiram, as empresas já entravam com um CNPJ ou tinham poucos meses para criar um. “Mas o que fazer com os negócios que estão em um estágio mais inicial ainda? No final dos anos 90, começamos a trabalhar com o conceito de pré-incubadora”, explica.

A principal diferença entre a pré-incubadora e a incubadora é o estágio do empreendimento apoiado. Assim, as pré-incubadoras focam o serviço em empreendimentos que estão em fase de ideação. “O objetivo é gerar e validar a ideia para estar mais próximo e preparado para o processo de incubação. O foco de ambas é o desenvolvimento do negócio”, esclarece Bizzotto.

E é com a pré-incubação que o Programa Centelha atua. O Programa seleciona ideias que ainda estão no papel ou sem a criação formal de uma empresa. Apesar do investimento de recursos financeiros, o Centelha não visa acelerar empresas já estruturadas, mas sim estimular a geração de negócios inovadores no país. “O grande diferencial entre um programa como o Centelha e uma aceleradora é que o Centelha investe recurso não pelo potencial de escalar a empresa no mercado, mas para viabilizar o negócio em um estágio inicial”.


Agora que você já sabe a diferença entre os modelos de apoio, vamos repetir a pergunta: afinal, o seu negócio precisa de uma pré-incubação, incubação ou aceleração? Se a resposta for pré-incubação, não deixe de inscrever sua ideia na segunda edição do Programa Centelha!