Programa Centelha 2 é lançado em São Paulo

A iniciativa visa fomentar o empreendedorismo inovador paulista

 

Na última terça-feira, 14 de setembro de 2021, aconteceu o Evento Online de Lançamento do Edital do Programa Centelha, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Fundação CERTI, e executado, em São Paulo, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O evento foi realizado por meio de transmissão ao vivo no canal da Agência FAPESP no Youtube, contando com a presença de autoridades, parceiros e mais de 200 pessoas que puderam acompanhar o evento pela plataforma.

A programação do evento teve início com a fala de Carlos Américo Pacheco, Presidente da FAPESP, que destacou a parceria de sucesso com a Finep nos últimos 10 anos e considerou o Centelha um experimento para idealização de outros projetos de incentivo inicial aos empreendedores almejado pela FAPESP, pontuando também  a magnitude e importância do Centelha no contexto nacional. Em seguida, o Superintendente da Área de Pesquisa Aplicada e Desenvolvimento da Finep, Marcelo Nicolas Camargo, reforçou a fala do Presidente, destacando que o estado representa um exemplo para todo o país em alocação de recursos para a Ciência, Tecnologia e Inovação.

Prosseguindo, o Diretor de Desenvolvimento Científico-Tecnológico da Finep, Marcelo Bortolini, relembrou os dados da 1ª Edição do Programa, as mais de 15 mil ideias submetidas, os mais de 1 mil municípios contemplados, os 19 estados participantes e a satisfação de contar com o Estado de São Paulo na nova edição. Além disso, foi reforçada a importância das parcerias estaduais para o maior volume de recursos e garantia de integração nacional.

Em seguida, a fala foi de Zaíra Turchi, Diretora de Cooperação Institucional do CNPq, que parabenizou a FAPESP pelo trabalho realizado no contexto histórico de inovação nacional e destacou o sucesso do Programa Centelha e sua construção coletiva por meio das parcerias das diversas instituições federais e das Fundações de Amparo à Pesquisa dos estados. Além disso, foi destacada a formalização das bolsas de incentivo pelo CNPq que trará uma sinergia ainda maior para o desenvolvimento do Programa.

O Diretor Científico da FAPESP, Luiz Mello, pontuou a importância do Programa Centelha por permitir o apoio às ideias, mesmo sem formalização de CNPJ, e também reforçou a grande importância no apoio aos empreendedores, os grandes beneficiários da iniciativa.

Por fim, o Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo César Rezende de Carvalho Alvim, complementou que o Programa Centelha é um mecanismo de incentivo ao empreendedorismo inovador na base, destacando a importância da incorporação do estado de SP na nova edição.

As inscrições do Programa Centelha São Paulo estão abertas de 14/09 até 25/10/2021, por meio do endereço eletrônico https://sp2.programacentelha.com.br/, no qual é possível obter mais informações sobre o Programa e seu Edital detalhado.

O Programa Centelha São Paulo

O Programa Centelha visa estimular a criação de empreendimentos inovadores, a partir da geração de novas ideias e disseminar a cultura do empreendedorismo inovador em todo território nacional, incentivando a mobilização e a articulação institucional dos atores nos ecossistemas locais, estaduais e regionais de inovação do país.

A etapa de seleção é composta por 3 fases distintas onde, em cada uma, os empreendedores participantes recebem capacitações e suporte para submeter suas ideias e projetos inovadores como pessoas físicas. Na primeira fase, os interessados deverão apresentar suas ideias de negócios, destacando o problema de mercado e a solução proposta.  O objetivo é identificar aquelas com maior potencial inovador. Na segunda fase, os selecionados devem, então, elaborar um projeto de empreendimento, detalhando o plano de negócio, com o objetivo de demonstrar as chances de a ideia gerar um bom negócio. Por fim, a terceira fase consiste no desenvolvimento de um projeto de fomento, com apresentação detalhada do orçamento e do planejamento de execução do projeto.

Ao final, os projetos contemplados serão apoiados com até R$ 66.000,00 em subvenção econômica, até R$ 26 mil em bolsas de apoio técnico, além de outros benefícios oferecidos pelos parceiros Centelha. Durante 12 meses as startups passarão pela etapa de Acompanhamento do Programa, recebendo suporte e capacitações para transformar suas ideias inovadoras em negócios de sucesso.

Programa Centelha 2 é lançado no Rio Grande do Sul

A iniciativa visa fomentar o empreendedorismo inovador gaúcho

 

Nesta segunda-feira, 13/09, o estado do Rio Grande do Sul foi o pioneiro no lançamento da segunda edição do Programa Centelha, que ocorrerá em 25 estados, além do Distrito Federal. A iniciativa tem como objetivo estimular a criação de empreendimentos inovadores em todo o país e é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Fundação CERTI. No Rio Grande do Sul é executado pela FAPERGS, vinculada à Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), em parceria com o BADESUL, com a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (REGINP) e com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio Grande do Sul (SEBRAE/RS).

O evento virtual de lançamento foi transmitido ao vivo pelos canais de Facebook e Youtube da FAPERGS e contou com a participação de representantes do MCTI, CNPq, Finep, CERTI, SICT, FAPERGS, BADESUL, REGINP e SEBREAE RS.

Na abertura, o diretor-presidente da FAPERGS, Odir Dellagostin, frisou o sucesso da primeira edição do Programa Centelha RS e o potencial que essa iniciativa possui para ser um dos maiores programas de apoio à inovação da América Latina.

O Secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luís Lamb deu sequência e enalteceu a relevância do Programa e da atuação das entidades parceiras. “Queremos inovação, desenvolvimento e queremos ter cada vez mais uma economia baseada no conhecimento, na tecnologia e nos resultados proporcionados pelas nossas universidades e institutos de pesquisa e também pelas nossas empresas e nossos empreendedores, que tanto têm contribuído para instituir uma nova cultura econômica no nosso país”, comentou Luís.

O Diretor de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Marcos Pinto, comentou que o Ministério acredita no Programa, que teve números expressivos já em sua primeira edição, com mais de 15 mil ideias submetidas nacionalmente e mais de 1 mil municípios envolvidos. Marcos frisou que o Centelha vem se mostrando como um elo entre academia, empreendedores e governo e ressaltou que as startups têm um papel fundamental no aumento à produtividade do país por meio da inovação.

As inscrições do Programa Centelha Rio Grande do Sul estão abertas de 13/09/2021 a 29/10/2021, no endereço eletrônico https://rs2.programacentelha.com.br/, no qual é possível obter mais informações sobre o Programa e seu Edital detalhado.

O Programa Centelha Rio Grande do Sul

O Programa Centelha visa estimular a criação de empreendimentos inovadores, a partir da geração de novas ideias e disseminar a cultura do empreendedorismo inovador em todo território nacional, incentivando a mobilização e a articulação institucional dos atores nos ecossistemas locais, estaduais e regionais de inovação do país.

A etapa de seleção é composta por 3 fases distintas onde, em cada uma, os empreendedores participantes recebem capacitações e suporte para submeter suas ideias e projetos inovadores como pessoas físicas. Na primeira fase, os interessados deverão apresentar suas ideias de negócios, destacando o problema de mercado e a solução proposta.  O objetivo é identificar aquelas com maior potencial inovador. Na segunda fase, os selecionados devem, então, elaborar um projeto de empreendimento, detalhando o plano de negócio, com o objetivo de demonstrar as chances de a ideia gerar um bom negócio. Por fim, a terceira fase consiste no desenvolvimento de um projeto de fomento, com apresentação detalhada do orçamento e do planejamento de execução do projeto.

Ao final, os projetos contemplados serão apoiados com até R$ 66.000,00 em subvenção econômica, até R$ 26 mil em bolsas de apoio técnico, além de outros benefícios oferecidos pelos parceiros Centelha. Durante 12 meses as startups passarão pela etapa de Acompanhamento do Programa, recebendo suporte e capacitações para transformar suas ideias inovadoras em negócios de sucesso.

Resultados da Primeira Edição

Em sua primeira edição, o Programa Centelha Rio Grande do Sul recebeu mais de 700 ideias inovadoras, ficando entre os 10 estados com maior número de submissão em todo o país. Ao final, 28 empresas foram criadas com foco em temáticas variadas, como biotecnologia, automação, eletroeletrônica, internet das coisas e inteligência artificial.

O objetivo é que a segunda edição contribua ainda mais para o estabelecimento da ponte entre academia e mercado no estado do Rio Grande do Sul, continue impactando a matriz econômica com o estímulo à criação de emprego e renda e surgimento das novas empresas inovadoras. O estímulo à participação de todos os cidadãos do estado no Programa, tanto para inscrever suas ideias, como para interagir com os empreendedores, seguirá consolidando uma forte rede de apoio ao empreendedorismo inovador e fortalecendo o ecossistema regional de empreendedorismo.

Qual é a diferença entre incubação e aceleração?

No setor de empreendedorismo inovador existem diferentes modelos de apoio a novos negócios. Quem está chegando nesse universo agora pode ficar perdido sobre o papel de uma pré-incubadora, incubadora e aceleradora. 

Para te explicar a diferença entre esses três conceitos e qual se encaixa no caso do Programa Centelha, conversamos com o consultor de negócios da Fundação CERTI, Carlos Bizzotto. Além de uma breve retomada histórica para entender como surgiram, trataremos também sobre as suas definições.

Afinal, se perguntássemos agora, você saberia responder se o seu negócio precisa de uma pré-incubação, incubação ou aceleração? Se a resposta é não, continue lendo esse texto!


O surgimento das incubadoras

No final dos anos 80, as mudanças no mercado evidenciaram a necessidade de tornar as empresas brasileiras mais competitivas, com estímulo ao investimento em inovações e tecnologia. De acordo com Bizzotto, “na década de 90, as incubadoras surgiram para transformar tecnologias que estavam retidas nas universidades em negócios”, oferecendo espaços físicos para que pesquisadores pudessem comercializar os produtos.

Ao perceberem que o espaço físico não era suficiente, as incubadoras passaram a operar junto com o SEBRAE oferecendo serviços para o desenvolvimento de negócios. “Nos anos 2000, começaram a surgir novos ambientes como aceleradoras e espaços de coworking. Por isso, as incubadoras precisaram reajustar seus objetivos”, conta Bizzotto.

Segundo o especialista, foi a partir desse momento que as incubadoras passaram a trabalhar com o networking, ou seja, o desenvolvimento de redes de contato para os negócios incubados. Com essa mudança, esse modelo de apoio passou a ser definido como um instrumento de política pública, oferecendo serviços e a possibilidade dos negócios conseguirem os primeiros clientes. 

“É essencial lembrar que a incubadora atua com empreendimentos que têm o potencial de inovação e que geram resultado para a comunidade como um todo”, conta. Bizzotto ainda explica que esse serviço é feito por meio de um processo de monitoramento contínuo do empreendimento.


E as aceleradoras?

“Em resumo”, explica, “as aceleradoras colocam dinheiro ou abrem a porta para investimentos”. Diferente das incubadoras, que buscam viabilizar o surgimento de um negócio inovador, as aceleradoras são mais restritas e investem apenas em negócios com potencial de escalar no mercado.

O papel principal desse modelo de apoio é investir em um desenvolvimento e crescimento rápido das empresas. “Só que para isso as aceleradoras trabalham com um processo em que o negócio tem que provar que vai dar certo”, esclarece o especialista.

Segundo Bizzotto, as aceleradoras investem (e exigem!) mais, se tornando ou não sócia da empresa acelerada. “A principal diferença entre a aceleradora e a incubadora é que a primeira investe em negócios com potencial de retorno financeiro”, explica.


Onde o Programa Centelha se encaixa?

Para entender o que o Programa Centelha oferece, precisaremos explicar um outro modelo de apoio: a pré-incubadora. Quando as incubadoras surgiram, as empresas já entravam com um CNPJ ou tinham poucos meses para criar um. “Mas o que fazer com os negócios que estão em um estágio mais inicial ainda? No final dos anos 90, começamos a trabalhar com o conceito de pré-incubadora”, explica.

A principal diferença entre a pré-incubadora e a incubadora é o estágio do empreendimento apoiado. Assim, as pré-incubadoras focam o serviço em empreendimentos que estão em fase de ideação. “O objetivo é gerar e validar a ideia para estar mais próximo e preparado para o processo de incubação. O foco de ambas é o desenvolvimento do negócio”, esclarece Bizzotto.

E é com a pré-incubação que o Programa Centelha atua. O Programa seleciona ideias que ainda estão no papel ou sem a criação formal de uma empresa. Apesar do investimento de recursos financeiros, o Centelha não visa acelerar empresas já estruturadas, mas sim estimular a geração de negócios inovadores no país. “O grande diferencial entre um programa como o Centelha e uma aceleradora é que o Centelha investe recurso não pelo potencial de escalar a empresa no mercado, mas para viabilizar o negócio em um estágio inicial”.


Agora que você já sabe a diferença entre os modelos de apoio, vamos repetir a pergunta: afinal, o seu negócio precisa de uma pré-incubação, incubação ou aceleração? Se a resposta for pré-incubação, não deixe de inscrever sua ideia na segunda edição do Programa Centelha!

Especialistas em tecnologia dão dicas para quem quer empreender no setor

Empreendedores e especialistas compartilham habilidades que desenvolveram durante suas jornadas no mercado

Texto por Gabriela Prestes Funke | Equipe Dialetto

 

O empreendedorismo está cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros. No último relatório executivo divulgado, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) apontou que, em 2019, o Brasil atingiu 23,3% de taxa de empreendedorismo inicial, considerada a maior marca até agora. Os dados de 2020 ainda não foram divulgados, mas algumas prévias apontam que o Brasil deve atingir o maior patamar de novos empreendedores: aproximadamente 25% da população adulta estará envolvida na abertura de um novo negócio ou em empresas com até 3 anos e meio de atividade.

 

Conversamos com empresários do setor de tecnologia, confira dicas para empreender:

 

Visão de mercado

Jonatan da Costa empreende desde 2004, e hoje é CEO da empresa de tecnologia Área Central, que desenvolve uma plataforma para gestão de redes associativas e de centrais de negócios. O empreendedor é formado na área de tecnologia e sua jornada começou com a fundação e incubação da empresa Área Local, na UNIDAVI, em Rio do Sul (SC) no ano de 2004. O objetivo da primeira empresa era oferecer serviços digitais. Em dado momento, um cliente — uma rede associativa de supermercados — desafiou os empreendedores a criarem uma intranet para gestão de compras do grupo. A demanda gerou um produto — batizado de Área Central — e a rede associativa, o primeiro cliente do segmento atendido pela empresa. No ano de 2012 a plataforma de gestão de redes recebeu um investimento anjo e se tornou uma empresa à parte. Ele conta que para empreender ver além do óbvio é fundamental, saber qual é a necessidade do mercado antes mesmo dessa dificuldade ser mapeada faz parte da jornada empreendedora. “A plataforma da Área Central é única no segmento de gestão de redes associativas e centrais de negócios, pensar à frente é o que sempre nos moveu. Prever as demandas dos clientes, mesmo depois de ter um negócio estruturado, é fundamental para continuar inovando no mercado da tecnologia, que está em constante mudança”, diz Jonatan.

 

Liderança como sinônimo de humildade

“A humildade deve estar atrelada a reconhecer erros e acertos que ocorrem na criação de um produto, ou seja, os empreendedores precisam estar abertos a realizar a testagem dos serviços que irão oferecer e, caso não funcione, devem estar dispostos a seguir adiante, sempre experimentando. É dessa forma que enxergamos a importância da humildade na prática do dia a dia das startups”, afirma Robledo Ribeiro, CEO e Fundador da HostGator no Brasil. Formado em Ciências da Computação e recém-casado, o empresário que na época tinha apenas 23 anos decidiu tentar a vida nos Estados Unidos, em 2003. Chegando lá, foi através de um anúncio que encontrou a oportunidade de trabalhar na HostGator. Com visão mercadológica voltada à longo prazo, sempre compreendeu os problemas que os clientes relataram por bate-papo eletrônico ou telefone, “passei dois anos atendendo clientes diretamente, foi um período que coletei muita informação, conversava com 300 pessoas por dia, e foi assim que eu entendi de verdade as necessidades de cada cliente”, declara. Na HostGator era considerado o funcionário mais experiente, não demorou muito para ter a confiança da equipe de gestão. Em 2007, fundou a empresa no Brasil com o objetivo de entregar o melhor serviço possível e com um preço acessível. Em 2012, a HostGator — multinacional de hospedagem de sites e serviços para presença online — avança ainda mais e é vendida para o grupo Endurance, e Robledo passou a atuar nas operações corporativas da América Latina. O grupo ficou na gestão até meados de abril de 2021, quando foi comprado pela Clearlake Capital, grupo líder em investimentos focados em private equity, “a Clearlake trouxe a HostGator para o capital privado e isso nos permite avançar mais livremente para atingirmos nossos objetivos de crescimento”, afirma.

Resiliência, tecnologia disruptiva e visão de mercado

Demetrius Lima começou a empreender em 1996. Participou da criação de três empresas, sendo duas de learning, antes de fundar a Sábios em 2009, uma edtech que une educação, tecnologias imersivas e inteligência artificial para aumentar a performance de pessoas e organizações. Com mais de 20 anos de experiência em educação, viu uma necessidade de mercado dentro dos modelos tradicionais de ensino corporativo e desenvolveu uma metodologia e plataforma próprias de aprendizagem imersiva, que atualmente é usada por grandes empresas, como Raízen e Petrobras.

Formado em engenharia elétrica e mestre em inteligência artificial aplicada à educação, o CEO da Sábios diz que quem quer empreender precisa, primeiramente, ter muita resiliência e persistência, além de visão estratégica do negócio. “No início do projeto, principalmente falando em startup, é preciso transformar a ideia em MVP (produto viável mínimo), que possa ser testada e validada por clientes reais e, a partir daí, construir um roadmap de tecnologia com diferenciais disruptivos”, explica. Outro ponto importante é a visão de negócio, que precisa ser escalável e com receita recorrente, mas que gere valor ao cliente final. “Se todos esses vieses estiverem contemplados, a possibilidade de conseguir capital de risco para cumprir as fases de crescimento é altíssima”, complementa.

 

Como tirar a ideia do papel

Paula Lunardelli é diretora da Vertical de Construção Civil da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), além de ser co-fundadora e CEO da Prevision — construtech desenvolvedora de plataforma para planejamento e gestão eficiente de obras. Formada em engenharia civil pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e MBA pela FGV, o empreendedorismo surgiu na vida de Lunardelli em 2017. Neste ano, em conjunto com o engenheiro, Yan Bedin, e o cientista da computação, Thiago Senhorinha Rose, criou um Produto Viável Mínimo (MVP) para um software de planejamento e gestão de obras baseado em conceitos de Construção Enxuta.

Apesar de terem desenvolvido uma solução inovadora, ainda não era suficiente para tirar a ideia do papel e empreender. “Começamos meio às cegas, com um propósito muito claro, mas sem entender direito como funciona a criação de uma startup. Não demorou muito para percebermos que, naquele ritmo, não iríamos a lugar nenhum”, afirma a CEO. A entrada no MIDITEC, uma das 5 melhores incubadoras do mundo, foi essencial para a jornada.  Atualmente, a Prevision está presente em mais de 650 projetos no Brasil e um internacional. Além disso, é uma startup em fase de Scale Up e tem um crescimento acima de 15% ao mês, mesmo com receita interna. “Para chegarmos aqui, foi fundamental participar de capacitações sobre empreendedorismo em startups, frequentar eventos do ecossistema, buscar investimentos e seguir um planejamento eficiente pautado em metas realistas”, complementa Lunardelli.

 

Otimização tecnológica e vantagens competitivas de mercado

Empreendedores de sucesso têm em comum duas prerrogativas indispensáveis para o mercado: inteligência e inovação. Em um cenário onde a tecnologia influencia mudanças, uma empresa deve focar em como utilizá-la para garantir aos clientes um diferencial de mercado. É o que pensa Helmuth Hofstatter, CEO da LogComex, startup de dados e inteligência para o comércio exterior. De acordo com Hofstatter, soluções que utilizam recursos como Machine Learning e IA (Inteligência Artificial) para otimizar processos e reduzir riscos são diferenciais. “Lidamos todos os dias com grandes volumes de informação e devemos refinar os recursos tecnológicos disponíveis para atender às demandas e realmente inovar”, ressalta. Foi assim que a startup dobrou de tamanho mesmo durante a pandemia, faturando cerca de R$ 20 milhões em 2020 com sua ferramenta de logística internacional. “Focamos na redução de falhas humanas e na visualização panorâmica de dados para apoiar a tomada de decisões estratégicas de forma mais assertiva. Com isso, nossos clientes garantem ganhos de produtividade e eficiência, além da redução drástica do custo logístico”.

 

Invista em parcerias com instituições de ensino

A inovação é a premissa do setor de tecnologia e as parcerias com instituições de ensino para pesquisa e desenvolvimento de soluções são uma excelente forma de colocá-la em prática. Carlos Roberto De Rolt, fundador da  BRy Tecnologia, empresa que desenvolve soluções de identificação, formalização e registro digital e tem mais de 20 mil clientes em todo o Brasil, explica que essa busca constante por tecnologia de ponta que resolva os problemas dos clientes deve ser parte essencial de qualquer negócio desde o início. “Desde o começo, em 2001, a BRy investiu em parcerias com universidades para a criação de alta tecnologia brasileira e isso nos permitiu ser a empresa com a maior gama de soluções em segurança digital do país”, comenta. Um exemplo recente dos benefícios dessa parceria entre empresa e universidade é o desenvolvimento da tecnologia de diploma digital. Em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a BRy criou um sistema que reduz de 120 para 15 dias o tempo para emissão do certificado de conclusão de curso. “Trabalhar em conjunto com instituições de ensino ajuda a empresa justamente a desenvolver soluções para os problemas que as pessoas têm hoje, e isso é fundamental para manter um negócio vivo”, finaliza De Rolt.

O compromisso da inovação com o meio ambiente

O desenvolvimento sustentável, tema de amplo debate mundial, passa pela compreensão de mudanças que vão desde o consumo consciente à aplicação de novas tecnologias para a utilização racional de recursos naturais. Embalagens biodegradáveis, a redução de emissão de gases poluentes e monitoramentos via satélite são algumas das inovações que emergiram da necessidade de preservação ambiental. 

Um exemplo recente do uso da tecnologia aplicada para soluções ambientais é o Amazonia 1, o primeiro satélite desenvolvido e operado pelo Brasil. Lançado em órbita no dia 28 de fevereiro deste ano, o satélite foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e tem como missão fornecer imagens para o monitoramento do desmatamento da região amazônica. 

Imagem do Rio São Francisco feito pelo satélite Amazonia 1

Para conscientizar a população mundial sobre esse tema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 05 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente. Nesta direção, diversas startups aceitaram o desafio de desenvolver soluções inovadoras direcionadas para o impacto sustentável e transformações de consumo. 

Na sua primeira edição, o Programa Centelha recebeu 2.380 ideias inovadoras aplicadas ao setor de Meio Ambiente e Bioeconomia. Entre as ideias inovadoras contempladas ao redor do país, separamos quatro projetos que visam a sustentabilidade por meio da redução de lixo, o uso de materiais ecológicos e até a redução de emissão de dióxido de carbono.

 

Confira! 

Biotech4Life Soluções | CE

Empresa contemplada em 1º lugar no Programa Centelha Ceará, a Biotech4Life Soluções tem como objetivo o desenvolvimento de produtos biotecnológicos que ajudam a solucionar problemas ambientais. O seu produto principal, o BioClineX, foi idealizado para a descontaminação de solos de manguezais impregnados com petróleo. “A empresa investe no desenvolvimento de produtos autênticos de base biotecnológica, como o BioClineX, voltados para solucionar problemas ambientais”.

 

Lifebiotech Serviços Biotecnologicos LTDA | SE

A empresa contratada pelo Programa Centelha Sergipe oferece como solução sustentável tratamento de efluentes e resíduos tóxicos através do uso de microalgas, como a Chorella vulgaris. “Além de oferecer um serviço voltado para diminuir os impactos ambientais das atividades lucrativas já vigentes, a nossa proposta não produz resíduos secundários e gera subprodutos com valor comercial agregado”. 

 

Cogumelos Campo Grande | MS

Contemplada na edição do Programa Centelha Mato Grosso do Sul, a Cogumelos Campo Grande une a produção e venda de Shimeji e Shitake à utilização de resíduos na produção de embalagens ecológicas. “A formação desse micélio no vegetal gera um material resistente que pode assumir várias formas e tamanhos, podendo ser oferecido às empresas de entregas e transportes como uma alternativa para substituição dos isopores de poliestireno”. 

 

 

Luna Greentech | GO

A Luna Greentech, contemplada no Programa Centelha Goiás, oferece como solução inovadora a extração de insumos naturais por meio de um processo sustentável e ecológico. Como produto, a empresa fornece desde extratos vegetais até insumos esfoliantes naturais e ativos cosméticos. “Temos o compromisso com a sustentabilidade, no qual todos os nossos produtos são concebidos a partir de um processo limpo e verde, livres petrolatos, sem o uso de solventes tóxicos e com métodos que contribuem com a segurança para o meio ambiente e para as pessoas.”

Programa Centelha realiza 3ª Capacitação das Equipes Executoras

Nesta terça-feira (25), o Programa Centelha realizou a 3ª Capacitação das Equipes Executoras. Essa foi a última de três capacitações que tiveram como objetivo promover uma melhor operação do Programa nos estados. No evento, os integrantes das equipes executoras tiveram acesso ao detalhamento do cronograma e minuta do edital, além de orientações jurídicas. 

Mais de 140 pessoas participaram do evento online que foi conduzido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação CERTI. 

Participantes da 3ª Capacitação das Equipes Executoras do Programa Centelha

Umas das novidades apresentadas nessa capacitação é a concessão de bolsas do CNPq para todos os projetos contemplados na segunda edição do Programa.  “Ela [a bolsa] permite que os empreendedores consigam se dedicar integralmente a esse período de pré-incubação”, enfatizou o coordenador de Ambientes Inovadores do MCTI, Públio Ribeiro, sobre o benefício das bolsas.

Também fizeram parte do evento o superintendente da Finep, Marcelo Camargo, o Gerente de Desenvolvimento Tecnológico e Subvenção Descentralizada (DDTS) da Finep, Vitor Dias Kappel, o Coordenador de Parcerias Externas do CNPq, Gilberto Ferreira de Souza, o Assessor Jurídico da Diretoria de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (AJCT) da Finep, Bruno Mattos e a Analista Financeira de Prestação de Contas da Finep, Cristina Damasceno.

 

Próximas etapas

Com a finalização das primeiras capacitações com conteúdos relativos à operação da segunda edição do Programa Centelha, as equipes executoras estaduais passarão agora por capacitações com conteúdos que permitam seu fortalecimento e desenvolvimento em temas relativos ao ecossistema de inovação e empreendedorismo.

O Programa Centelha tem previsão para acontecer no segundo semestre de 2021, sendo cada estado responsável pelo estabelecimento das datas de abertura das inscrições. Com o aumento do número de estados participantes, a estimativa é que a segunda edição do Programa tenha recordes de submissões de ideias inovadoras.

 

Sobre o Centelha

O Programa será executado de forma descentralizada, por meio da articulação institucional e cooperação com órgãos e entidades da administração pública estadual que atuam na área de ciência, tecnologia e inovação, com o apoio técnico e financeiro do MCTI e das agências federais de fomento. Do total de 25 projetos aprovados pela Finep na seleção pública de propostas dos parceiros estaduais, 24 são provenientes das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos estados. No total, a previsão é de que sejam investidos R$ 97 milhões, sendo R$ 74 milhões pelo MCTI/FNDCT e R$ 23 milhões pelos parceiros nos estados. Nesta edição, quase todos os estados do Brasil, com exceção do Acre, executarão o Programa.

Fundação Araucária divulga resultado final do Programa Centelha PR

No último dia 09, a Fundação Araucária divulgou o resultado final com os 30 projetos contemplados no Programa Centelha Paraná e 15 projetos em lista de suplentes. Aproximadamente R$ 1.6 milhão serão destinados para a abertura dos empreendimentos finalistas.

Ao longo da edição no estado, o Programa recebeu 801 ideias inovadoras que passaram por 3 fases de seleção. Cada projeto contemplado na fase final deve receber até R$ 60 mil em recursos financeiros para transformar a ideia em um negócio de sucesso.

A iniciativa é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e pela Financiadora Inovação e Pesquisa (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), e operada pela Fundação CERTI.

Confira abaixo as principais estatísticas das empresas aprovadas

 

A importância de se inovar na educação

Quando pensamos na evolução da inovação e tecnologia, percebemos que muito se transformou ao longo dos últimos séculos. Com a revolução industrial e o uso do maquinário a vapor, a humanidade deu um salto exponencial para a evolução tecnológica como conhecemos hoje. Uma tecnologia de armazenamento como o disquete, por exemplo, evoluiu para um pendrive e, nos dias atuais, para um sistema não físico, como o armazenamento em nuvem.

A educação, porém, parece não ter evoluído em grande escala. Em sua maioria, as lousas continuam sendo de giz, o celular ainda é visto como inimigo do aprendizado e pouca informação circula acerca das tecnologias disponíveis. Mas parece que o ano de 2020 – aquele que imaginávamos ser o ano dos carros voadores – trouxe um desafio para a educação e colocou em prova o avanço do sistema educacional. 

Você já pensou que, pela primeira vez na história da humanidade, em pouco tempo o processo educacional passou a ser online em quase todo o mundo? Aulas, dinâmicas grupais, trocas de conhecimento e as demais atividades de educação foram submetidas a telas de celulares e computadores em decorrência do Sars-CoV-2, o novo coronavírus. 

A necessidade de adaptar o ensino presencial em modalidade a distância provocou uma série de reflexões acerca do preparo físico, pedagógico e emocional para lidar com o uso da tecnologia em meio a educação. Tanto para o ensino básico quanto para o superior e técnico, o desafio foi e ainda está sendo adaptar o que entendemos como ambiente de aprendizagem. 

Agora, como estaria sendo esse momento histórico se há tempos tivéssemos promovido uma disrupção inovadora na estrutura educacional? Esse texto é um convite para refletir sobre as possibilidades de inovar na educação.

Aceita o desafio?


Os indicadores de educação no Brasil

Em 2019, o Brasil passou para a 84ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH. Um dos motivos que levou o país a atingir o pior patamar desde 2011 foi a falta de avanço na educação. No mesmo ano, pesquisas realizadas pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que cerca de 70 milhões de adultos acima de 25 anos não haviam completado o ensino médio. Isso representa mais da metade da população brasileira desta faixa etária.

Se pesquisarmos mais profundamente sobre os índices de educação do Brasil, veremos ainda que o número de analfabetos absolutos e analfabetos funcionais permanecem altos. Ainda de acordo com o IBGE, 11 milhões de brasileiros fazem parte do primeiro grupo, enquanto ao segundo um total de 38 milhões.Por mais negativos que sejam os dados, é importante considerar a realidade brasileira para entender quais estratégias traçar quando pensamos em inovação e tecnologia no meio educacional. Quais são os motivos que levam as pessoas a abandonarem a escola, como funciona o modelo de educação do país, quais os recursos disponíveis nas escolas e quem possui acesso à tecnologia no Brasil são alguns dos questionamentos necessários para começar a pensar sobre como inovar.

O uso da tecnologia nas redes de ensino

Pensando na educação básica, o Brasil possui um exemplo concreto de transformação educacional com o uso da tecnologia. Em 2020, o Programa Letrus foi a primeira iniciativa brasileira a ganhar o prêmio da Unesco Rei Hamad Bin Isa-Al Khalifa, que reconhece tecnologias educacionais transformadoras ao redor do mundo.

Desenvolvido pela startup Letrus, o programa utiliza Inteligência Artificial para o apoio no letramento de estudantes. O software trabalha com identificação em tempo real de desvios ortográficos e gramaticais, e reescrita orientada por inteligência linguística. Com esse processo, o tempo de espera dos alunos para receber a correção e a sobrecarga dos professores é reduzido. A startup constatou um aumento de 90% nas notas de redação dos estudantes que usaram o software.¹

Mesmo pequenos projetos desenvolvidos internamente pelas escolas podem auxiliar positivamente no desempenho dos estudantes. Métodos como podcasts, utilização dos celulares de forma construtiva, produções de e-books e outras tantas possibilidades incentivam o desenvolvimento escolar.

Quando se trata de tecnologia, um dos maiores desafios no sistema educacional brasileiro é a distribuição de recursos materiais e financeiros nas redes de ensino público. Neste sentido, startups e iniciativas inovadoras são parcerias fundamentais para o governo e sociedade civil conseguirem avançar na educação.

Pensando na relação entre professores e estudantes, o Programa Centelha preparou um E-book com dicas inovadoras para formar alunos empreendedores. O material possui sugestões de planos de aula que ensinam estudantes sobre geração de ideias, projetos e projetos inovadores para o Centelha.


Observar o hoje para projetar o amanhã

Com a pandemia, os obstáculos e possibilidades de melhorias vieram à tona. É fato que este momento trouxe diversas reflexões acerca de como lidamos com a nossa educação. Será que estamos mesmo preparados para o ensino online? Quantos ficaram de fora desta modalidade educacional? Ainda faz sentido colocar 30 alunos sentados em frente a uma lousa de giz? São muitas questões das quais precisaremos de tempo, estudo e esforço coletivo para pensar nas respostas e soluções.

Para finalizar, não podemos deixar de repetir a pergunta: como estaria sendo esse momento histórico se há tempos tivéssemos promovido uma disrupção inovadora na estrutura educacional? Se você faz parte ou deseja desenvolver um empreendimento inovador na educação ou demais áreas, não deixe de conhecer o Programa Centelha para ter a oportunidade de receber suporte financeiro e transformar o mundo.

¹ Dado retirado da plataforma Porvir em entrevista com a Letrus.

Filmes e séries que influenciam o comportamento dos consumidores

Se você é uma pessoa que acompanha as novidades no universo cinematográfico, talvez já tenha assistido e até cansado de escutar sobre a minissérie que quebrou os recordes de audiência da Netflix em 2020: O Gambito da Rainha. A ficção é baseada no livro de mesmo nome, escrito por Walter Travis em 1983 e tem como protagonista a personagem Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), um prodígio do xadrez que percorreu o mundo em duelo com os melhores jogadores da época. 

O fato é que mesmo sendo uma história de ficção, a série despertou a curiosidade sobre o esporte de estratégia. Milhares de pessoas pesquisaram sobre o que é gambito, jogadas de xadrez, tabuleiros e outras questões relacionadas ao esporte.

Anya Taylor-Joy em O Gambito da Rainha



Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com empreendedorismo e inovação, não é? Pense que, de acordo com o Wall Street, em 2020 a Netflix alcançou mais de 17 milhões de assinantes só no Brasil. Isso sem considerar que cada assinante pode ter até quatro usuários logados na conta, além daquelas pessoas que não temos conhecimento de que usam a conta. 

Por isso, precisamos entender como os produtos audiovisuais consumidos por milhares de pessoas podem influenciar no comportamento social e, consequentemente, no seu empreendimento. Nesse texto, vamos explicar a importância de acompanhar as tendências do streaming e como isso influencia nas estratégias de um negócio.

Vamos lá?

As tendências influenciam o comportamento

As pessoas que trabalham ou estudam comunicação já devem saber o quanto a mídia influencia o comportamento individual e coletivo. Seja pela identificação de um grupo específico com o produto midiático ou pela disseminação em larga escala deste produto, é possível observar no cotidiano a influência de novelas, filmes e séries. 

No período em que “O Gambito da Rainha” esteve no Top10 da Netflix, as pesquisas no Google sobre xadrez em todo o mundo aumentaram em quase 120%. Ainda foram registradas centenas de pesquisas sobre o tabuleiro de xadrez, estratégias de xadrez, jogada siciliana (se você assistiu a série, deve se lembrar do quanto esse nome apareceu na trama) e outros termos relacionados ao tema.

Uma das áreas mais comumente influenciadas pelo audiovisual é a moda. Um dos exemplos mais recentes é a série Euphoria, lançada pela HBO em 2018, que influenciou diversas pessoas com suas maquiagens ousadas, fotografias e figurinos que transmitiam a jovialidade atrelada à trama. Destinada e retratando a geração Z, algumas influenciadoras e famosas antenadas na tendência incorporaram as makes em produções de beleza. Para marcas de moda e maquiagem, o momento pôde ser aproveitado para destacar produtos ideais que ajudassem clientes a reproduzir as ideias de make da série.

 

Como as tendências podem ajudar sua marca?

Para aqueles que empreendem, acompanhar as tendências é muito importante para compreender o comportamento e interesse do consumidor. A partir de ferramentas gratuitas, como o Google Trends, é possível mapear quais são os assuntos que estão em alta no país. Aprender a utilizar recursos como esse possibilita que você reconheça mais oportunidades de estreitar a relação com seus clientes.

Com um bom marketing de conteúdo e gerenciamento de mídias sociais, você mostra que o seu empreendimento está atento ao que acontece no mundo e, portanto, às necessidades do cliente. E sim, essa necessidade pode ser consumir um conteúdo de qualidade sobre uma série de sucesso ou relembrar sobre aquele produto que tem a ver com a tendência. 

É importante frisar a necessidade de adaptar o conteúdo ao que o empreendimento oferece como produto, e não apenas utilizar uma trend para conseguir visibilidade imediata. Por isso, é preciso investir em branding de marca e marketing digital, já que a vinculação de trends ao empreendimento faz parte de uma importante estratégia de venda.

A sua empresa está atenta às tendências? Compartilhe com o Programa Centelha!

Mascotes digitais e Inteligência Artificial

O uso de figuras carismáticas como a personificação de marcas não é uma novidade. A Casas Bahia, rede de varejo de móveis e eletrodomésticos, já utilizava o Baianinho, seu mascote oficial, para se comunicar com os clientes quando os anúncios eram feitos em jornais ainda na década de 70.

Em 2020, o Baianinho passou a ser chamado de CB, tornou-se influenciador digital e agora conta com uma aparência mais urbana. Através da conta oficial do Instagram das Casas Bahia, CB publica fotos que mostram o seu cotidiano ao lado dos produtos oferecidos pela marca.

Os mascotes digitais fazem parte da chamada quarta revolução industrial. Com uma combinação de computação gráfica de alta performance e Inteligência Artificial, programadores e designers desenvolvem figuras digitais com aparência e comportamentos semelhantes aos humanos, atrelado à um sistema de coleta de dados digitais.


Ok, mas para que servem dos mascotes digitais?

Como parte das estratégias de marketing dos e-commerces e redes varejistas, os mascotes digitais personificam a brand persona, reforçam o tom de voz e humanizam as marcas. Além de um alcance maior no meio digital, a estratégia contribui para uma proximidade na relação com os clientes.

De acordo com uma pesquisa da Hype Auditor, os influenciadores virtuais engajam até 3 vezes mais do que influenciadores reais. Também vale ressaltar que por serem criados e controlados diretamente pela marca, os influenciadores virtuais são mais seguros ao se manter dentro das diretrizes da empresa e sem interferências sociais, como pode acontecer com pessoas.

O exemplo mais bem sucedido no Brasil é a Lu, da Magazine Luiza. Especialista digital e Influencer virtual 3D da rede varejista, a mascote digital também é assistente no site oficial da loja e conta com mais de 4 milhões de seguidores no Instagram.

Com uma pitada de Black Mirror e muito investimento envolvido, os mascotes digitais fizeram sucesso em 2020, tanto aqui como no exterior. Quais serão as próximas tendências de estratégia digital? Façam suas apostas!