6 tecnologias para empresas diminuírem o impacto sobre o meio ambiente
Celebrado em 16 de março, o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas reforça a reflexão sobre o papel da iniciativa privada para um planeta mais sustentável
No dia 16 de março é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data reforça a reflexão sobre o impacto das empresas privadas no meio ambiente e incentiva a discussão sobre as medidas que podem ser tomadas para mitigar os efeitos do clima. Ao todo, são 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODSs, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para cumprir o plano de ação da Agenda 2030, compromisso global assumido em 2015 por 193 países, incluindo o Brasil.
Atingir as metas definidas, que vão desde medidas contra a mudança global do clima até a erradicação da pobreza, há muito deixou de ser um plano para o futuro e passou a ser uma corrida contra o tempo. O guia de ações envolve toda a comunidade internacional e as empresas privadas desempenham um papel essencial para colocar o mundo em um caminho mais sustentável. Tecnologias como gestão de fatura de energia elétrica, softwares mais inteligentes para entrega e transporte e ferramentas de digitalização para diminuir o uso de papel são algumas das saídas que podem ser utilizadas. Confira algumas das soluções que já estão sendo usadas por organizações para diminuir os impactos ambientais:
Tecnologia para reduzir e otimizar o consumo de energia elétrica
Quando se trata do meio ambiente, a energia é um dos pontos mais sensíveis. O consumo insustentável pelas empresas acende o alerta sobre a necessidade de adotar novas tecnologias inteligentes, que ajudem a otimizar o consumo de energia elétrica. Para Frederico Perillo, gestor de Produtos da Way2, empresa que desenvolve soluções tecnológicas para gerenciamento de energia, investir em ações para reduzir o consumo e apostar em fontes renováveis são ações imprescindíveis. “O primeiro passo para iniciar essa gestão é identificar os processos e recursos que têm alto consumo nas operações do negócio, além dos pontos de ineficiência energética que podem ser sanados”, alerta Perillo.
Para o engenheiro, a necessidade de adoção de tecnologias e dispositivos inovadores torna-se natural em uma operação voltada para eficiência. “É possível usar ferramentas para analisar histórico de faturas, por exemplo, e identificar desperdícios, evitar pagamento de multas e excedentes. Com isso, gestores podem implementar os primeiros ajustes, seja no contrato de fornecimento de energia, seja no consumo. Ou seja, uma gestão automatizada das faturas pode ajudar a identificar e planejar ações rápidas que darão um retorno imediato para os grandes consumidores de energia”.
Solução sustentável para usinas hidrelétricas
Do outro lado, na produção de energia elétrica, também já existem soluções pensando em trazer mais sustentabilidade para a operação. Recentemente, a REIVAX, multinacional brasileira líder no fornecimento de equipamentos para geração de energia, e a CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no país, desenvolveram um sistema para regulação de velocidade de pequenas turbinas que utiliza ar comprimido em vez de óleo.
“É um sistema simples, acessível e sustentável, que diminui a produção de resíduos químicos e gera uma operação limpa. Outras vantagens são os custos de aquisição, que são cerca de 45% menores do que os equipamentos hidráulicos convencionais, instalação mais simples e diminuição da necessidade de manutenções”, explica Leonardo Weiss, coordenador do projeto pela REIVAX.
O sistema já foi testado em um grupo auxiliar da Usina Salto Grande, que fica entre os municípios de Salto Grande (SP) e Cambará (PR). Os resultados preliminares mostraram que o protótipo foi capaz de suportar as condições operacionais normalmente previstas em unidades geradoras de pequeno porte. A solução está passando por um período de monitoramento e avaliação de desempenho, e deve ser comercializada ainda este ano.
Abordagens mais verdes e inteligentes sobre entrega e transporte
Com o aumento das vendas online, o impacto da cadeia de suprimentos no meio ambiente também precisa ser um ponto de atenção das empresas. A maioria das marcas que oferece canais de venda direta ao consumidor não tem a capacidade de permitir que o cliente agregue pedidos em um período de vários dias ou altere um pedido além de um período de arrependimento de 30 a 60 minutos. Ou seja, após clicar no botão de compra e concluir a transação, não é possível mais alterar, cancelar ou mesmo adicionar nada ao pedido. Essa inflexibilidade faz com que as compras acabem sendo entregues por várias transportadoras diferentes.
Com recursos oferecidos por tecnologia de soluções de gestão de pedidos, ponto de venda e engajamento do cliente, há uma maneira mais inteligente de gerenciar as operações. De acordo com Marco Beczkowski, diretor de Vendas e CS da Manhattan Associates Brasil, líder mundial em soluções para a cadeia de suprimentos, essa tecnologia de gerenciamento de pedidos cria um pedido com status de rascunho quando ele ainda está no armazém, permitindo que o cliente faça mudanças e adições, até o momento em que vai para o caminhão. “Isso ajuda a eliminar o excesso de ofertas de entrega, junto com materiais de proteção e embalagem associados a vários pedidos menores; além da pegada de carbono do processo de devolução”.
Assinatura digital ajuda a eliminar uso de papel nas empresas
O papel é responsável por 50% dos resíduos gerados por empresas no mundo, de acordo com estudo da The World Count. Para reduzir esse consumo e tornar os processos mais sustentáveis, muitas empresas estão investindo em digitalização. Soluções como as da BRy Tecnologia, que permitem fazer assinatura de documentos de forma digital com agilidade e segurança, ajudam a resolver esse desafio. As soluções de certificação digital e carimbo do tempo da empresa permitem assinar documentos e obter a mesma validade jurídica dos documentos em papel, sem os impactos ao meio ambiente e com muito mais segurança. Em 2019, as soluções da organização registraram mais de 566 milhões de assinaturas digitais e, com isso, pouparam 283 milhões de kg de lixo, 69 bilhões de litros de água, 3 bilhões de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas e 56 milhões de árvores.
Redução da pegada de carbono ao reduzir deslocamentos desnecessários
Reduzir deslocamentos com meios de transporte movidos por combustíveis fósseis é uma das atitudes mais lembradas quando o assunto é diminuir a pegada de carbono. A adoção do modelo de trabalho híbrido faz parte da tendência de desenvolver nas companhias processos e rotinas mais ambientalmente sustentáveis. A migração para o híbrido, porém, precisa ser feita com segurança, organização e assertividade: a gestão ativa do modelo garante economia para a empresa, manutenção da produtividade, e flexibilidade para os colaboradores. É aí que entra a Desko, plataforma de gestão do workplace que já é líder de mercado no Brasil. Por meio da tecnologia, é possível fazer reserva de estações de trabalho, salas de reunião, lockers e vagas de estacionamento no escritório físico, fazendo um controle em tempo real da ocupação do espaço.
“A possibilidade de redução da pegada de carbono chama atenção em um mundo onde, cada vez mais, os clientes estão atentos à sustentabilidade das empresas que fornecem os produtos e serviços que eles consomem”, comenta Fernando Gorguet, Head de Global Sales da Desko. “Empresas que não modernizarem suas jornadas de trabalho correm o risco de ficar para trás.”
Agronegócio mais sustentável e eficiente
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), nos últimos 50 anos, o agronegócio foi responsável por duplicar a emissão de gases do efeito estufa. A tecnologia, no entanto, tem potencial de ser uma das protagonistas na mudança deste cenário. Ferramentas de agricultura de precisão, por exemplo, permitem um controle avançado sobre as máquinas agrícolas, com sistemas como piloto automático, aplicações controladas de pulverizadores, otimização de tráfego e alocação de frotas. Segundo levantamentos feitos pela divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções digitais para o campo e a floresta, tecnologias para a aplicação de herbicidas podem reduzir em até 25% o uso de agroquímicos em uma operação agrícola.
Uma logística automatizada, por sua vez, permite que as máquinas se desloquem menos e de forma mais eficiente. “O planejamento detalhado das operações aliado a ferramentas de monitoramento de frotas pode gerar economias de 10% de combustível pela otimização do processo”, explica Bernardo de Castro, presidente da divisão. Estima-se que, em 2020, aproximadamente 500 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) deixaram de ser liberadas no meio ambiente por conta do uso de tecnologias da Hexagon em cerca de 8 bilhões de hectares de fazendas ao redor do mundo.
Via Dialetto